O café (e outros corantes) interferem no resultado do clareamento?

Você já pensou em fazer clareamento dental mas desistiu por não conseguir ficar sem o bom e velho cafezinho? O conceito de que não é permitido ingerir bebidas com corantes como café, chá, vinho ou refrigerantes à base de cola durante e após o procedimento já está difundido entre profissionais e pacientes. Mas e agora: é verdade ou mito?

Um estudo realizado em pacientes por um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e publicado na revista científica Operative Dentistry, comprovou que não há necessidade da chamada “dieta branca” durante o tratamento clareador.

O estudo acompanhou 40 pacientes que realizaram clareamento caseiro com peróxido de carbamida 16% durante 3 horas por dia. Os pacientes foram divididos em dois grupos: Grupo Experimental e Grupo Controle.

No Grupo Experimental estavam pacientes que já tinham o hábito de consumir café. O consumo da bebida e de outros alimentos com corante foi completamente liberado. Além disso, os participantes do grupo realizaram bochechos adicionais com café por 30 segundos 4 vezes ao dia.

Já o Grupo Controle foi formado por pacientes que não tomavam café. Eles também não poderiam consumir nenhum alimento ou bebida com corante uma semana antes de iniciar e durante todo o tratamento clareador.

Os pesquisadores registraram a cor dos dentes antes, durante e após o término do tratamento. Como resultado, o clareamento teve sucesso nos dois grupos e os pesquisadores não encontraram diferença no procedimento entre os grupos mesmo após 3 semanas de tratamento.

Uma das explicações destacadas pelo grupo é de que compostos com corantes, como café e outras bebidas, são constituídos de cadeias macromoleculares que não conseguem permear através do esmalte humano.

Assim, segundo a pesquisa, o café está liberado durante e após o tratamento clareador.

Saúde no inverno: cuidados com doenças reumáticas no frio

As doenças reumáticas são alterações funcionais do sistema musculoesquelético, em particular nas articulações, de causa não traumática. Entre as mais comuns estão lombalgia, tendinite, osteoporose e fibromialgia.

O inverno é conhecido como um dos maiores inimigos para pacientes de doenças reumáticas, já que o frio impacta ainda mais as dores nas articulações.

A explicação científica é a seguinte: no inverno há constrição da circulação sanguínea, ou seja, os vasos ficam mais estreitos. Além disso, tecidos, tendões e músculos se contraem, visando armazenar o máximo de calor no organismo. Assim, as articulações acabam sofrendo com tudo isso.

Algumas estratégias podem ser utilizadas para reduzir os efeitos provocados pelos fenômenos climáticos das estações mais frias.

 

Alimente-se bem

Inclua alimentos ricos em cálcio e vitamina D no seu dia a dia. Esses nutrientes são essenciais para a saúde dos ossos. Peixes como salmão, atum e sardinha, leite, iogurte, queijo, legumes verdes e cereais são algumas sugestões para acrescentar na sua dieta.

 

Faça exercícios físicos

A prática regular e moderada de atividades físicas orientadas e de baixo impacto, como caminhadas,  estimulam o aumento da densidade mineral óssea e ajudam a manter a lubrificação adequada das articulações, reforçando os músculos que as sustentam e diminuindo o risco de fraturas.

 

Mantenha-se aquecido

O calor descontrai músculos, tendões e ligamentos, aliviando a pressão sobre as articulações e favorecendo a circulação sanguínea. Por isso, esteja sempre agasalhado, evite exposição ao frio intenso e proteja bem as extremidades. Luvas, cachecol e gorro são essenciais.

 

Mantenha-se hidratado

Normalmente associamos a necessidade de ingerir líquidos com o verão. Porém, manter-se hidratado no frio também é de extrema importância. Consuma bebidas quentes ao longo do dia.

 

Tome sol

A exposição ao sol estimula a produção de vitamina D, um fator importante para a saúde dos ossos.

Como evitar a proliferação do mosquito da dengue?

A dengue é uma doença infecciosa causada por um vírus transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. Entre os principais sintomas estão febre alta, dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas pelo corpo.

Calcula-se que aproximadamente 90% dos focos do mosquito sejam domésticos. Qualquer local que possa juntar água limpa e parada é um foco. Por isso, é essencial eliminar ambientes com água armazenada que podem se tornar possíveis criadouros, como vasos de plantas, caixas d’água mal tampadas, latas, garrafas, plásticos, cacos, pneus, piscinas sem manutenção e calhas.

 

Listamos algumas medidas que devem ser tomadas para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti:

  • Coloque areia no prato das plantas ou troque a água uma vez por semana;
  • Feche os sacos de lixo e mantenha a lixeira sempre com tampa;
  • Evite acumular lixo e entulho no seu quintal;
  • Guarde garrafas e baldes vazios com a boca para baixo;
  • Lave a vasilha de água dos animais pelo menos uma vez por semana com água corrente, bucha e sabão;
  • Entregue pneus velhos em locais específicos que os recolhem. Caso precise mantê-los, guarde sempre em local coberto;
  • Retire folhas, galhos e tudo que possa impedir a passagem de água pelas calhas; 
  • Mantenha os ralos desentupidos e fechados, se não estiverem sendo usados; 
  • Mantenha a caixa d’água sempre fechada;
  • Limpe sua piscina pelo menos uma vez por semana. Trate a água com cloro e a cubra sempre que não for usá-la.

 

Quando um foco do mosquito é detectado e não pode ser eliminado pelos próprios moradores, como em terrenos baldios ou em lixo acumulado na rua, a Secretaria Municipal de Saúde da sua cidade deve ser acionada para remover os possíveis criadouros.

A qualquer sintoma de dengue, procure imediatamente um médico.

Meu filho deve tomar a vacina da febre amarela?

Santa Catarina se tornou Área com Recomendação de Vacinação contra a febre amarela no segundo semestre de 2018. Desde então, a importância da imunização contra a doença está sendo reforçada por diversos setores da saúde.

Mas e com as crianças? Quais cuidados especiais devemos ter na hora da prevenção e imunização?

A pediatra da Top Clínicas, Dra. Margareth Mattos de Sá, explica tudo que você precisa saber sobre a vacina da febre amarela em crianças.

 

Mas afinal, o que é a febre amarela?

A febre amarela é uma doença infecciosa viral, transmitida por um mosquito infectado com o vírus da doença.

 

Como ela é transmitida?

Nas regiões de mata, os mosquitos (Aedes aegypti e Haemagogus) picam macacos infectados com a doença. Os mosquitos se contaminam e podem passar aos seres humanos que moram próximo à área de mata. É importante reforçar que os macacos não transmitem a doença, sendo igualmente vítimas dela.

O mosquito Aedes aegypti, comum em diversas cidades brasileiras, pode ser contaminado, armazenar o vírus no seu corpo, e a partir daí picar uma pessoa que nunca esteve em região de mata, espalhando o vírus na cidade.

 

Como prevenir?

Não há medicamento específico contra a febre amarela.

A vacinação é a melhor forma de prevenção – uma dose é suficiente para imunizar por toda a vida. Se for viajar, é importante verificar se o local de destino têm registro de casos da doença.

 

Como é feita a vacina?

A vacina é feita com o vírus vivo atenuado, ou seja, não provoca a doença. O vírus da vacina da febre amarela é cultivado em ovo de galinha, e por isso crianças com alergia grave à proteína do ovo não podem receber a vacina.

A vacina não tem a proteína do leite (lactoalbumina), causadora da alergia. Também não contém o açúcar do leite (lactose), mas sim a sacarose (outro tipo de açúcar). Portanto, não há contraindicação da vacina contra a febre amarela para os pacientes alérgicos a leite.

 

Quem precisa tomar a vacina?

  • Crianças maiores de 9 meses de idade que vivem em área de risco de transmissão da febre amarela;
  • Em uma situação de epidemia, todas as crianças acima de 6 meses de idade devem ser vacinadas;
  • Viajantes que visitam áreas de risco elevado.

 

Quem não deve tomar a vacina?

  • Crianças com menos de 6 meses de vida não podem tomar a vacina em qualquer situação, já que elas não têm o sistema imunológico desenvolvido. A vacina precisa despertar o sistema imunológico para criar defesas contra a doença, e por isso é fundamental que seu sistema de proteção esteja desenvolvido, para que tenha eficácia e não provoque reações graves.
  • Crianças entre 6 e 9 meses, o ideal é não vacinar, pois o sistema imunológico ainda está se desenvolvendo nessa fase. A não ser que a criança more em área de risco de transmissão de febre amarela, um pediatra poderá avaliar se ela pode tomar a vacina.
  • Crianças a partir de 9 meses de vida podem ser vacinadas, período visto como ideal. Seguidos os cuidados especiais e observadas as contraindicações, a criança fica protegida após pelo menos 10 dias da aplicação da vacina. Crianças que já tenham recebido uma dose da vacina já estão protegidas pela vida toda. Quem recebe a dose fracionada fica protegido por pelo menos 8 anos.
  • Gestantes e mulheres em amamentação com bebês menores de 6 meses devem tomar alguns cuidados. É recomendável que elas tomem a vacina se morarem em área de risco ou forem se deslocar para local onde foram registrados casos de febre amarela. Mulheres que estão amamentando menores de 6 meses, caso tenha que tomar a vacina, deve suspender o aleitamento materno por 10 dias após a vacinação.
  • A vacina é contraindicada a quem tem alergia grave à proteína do ovo, com reação anafilática. Quem não apresenta alergia grave pode vacinar.
  • Pessoas com comprometimento do sistema imunológico (pacientes com HIV ou em tratamento oncológico, etc).

 

A vacina pode provocar reação?

Sim, mas é raro. Podem provocar reações mais fortes do que outras vacinas que crianças pequenas costumam tomar. Cerca de 4% delas têm reações como febre, vômitos, dores no corpo e no local da aplicação da dose, que podem ocorrer até 48h após vacinação. O ideal é medicar com analgésicos e levar ao pediatra para avaliação. No grupo pediátrico, os mais afetados são as crianças com deficiência imunológica grave.

 

Após tomar a vacina, quando ficarei protegido?

Após 10 dias da vacinação, 90% das pessoas já produzem anticorpos contra o vírus da febre amarela. Depois de 30 dias, esse número chega a 99% das pessoas. Por isso, é muito importante se proteger contra picadas de mosquito nesse período, enquanto a produção de anticorpos aumenta.

 

Como fica a relação com outras vacinas?

Crianças pequenas precisam tomar uma série de vacinas e isso exige uma atenção especial. Existem outras vacinas produzidas com vírus vivo, como a tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) e a tetra viral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela). O ideal é esperar 30 dias entre a vacinação contra a febre amarela e as outras de vírus vivo atenuado, pois uma vacina pode cortar a eficácia da outra. Crianças menores de 2 anos não devem tomar a vacina da febre amarela ao mesmo tempo com essas vacinas.

 

Posso vacinar meu filho se ele estiver doente?

Crianças com gripe e febre devem esperar melhorar para tomar a vacina. Isso porque a febre, comum nos quadros gripais, pode ser confundida com uma reação à vacina. Da mesma forma, na gripe o organismo produz substâncias que podem cortar o efeito da vacina e atrapalhar a imunização, não garantindo a proteção. Crianças com sintomas de resfriados leves, como coriza e tosse podem ser vacinadas, porém é melhor que se aguarde a plena recuperação para evitar desconfortos associados.

 

Criança pode usar repelente?

Crianças que não podem tomar a vacina e vivem em áreas de risco devem usar repelentes. 

O ideal é evitar se deslocar para áreas de risco, mas se isso for inevitável, é necessário se proteger contra as picadas dos mosquitos transmissores da febre amarela. Entre as medidas de proteção, pode-se vestir as crianças com roupas de mangas compridas, meias e usar repelentes adequados. Produtos contendo DEET, Icaridina, óleo de eucalipto ou citronela oferecem proteção contra picadas de mosquito.

Os repelentes devem ser usados com cuidado, apenas nas superfícies expostas e nas roupas, evitando aplicar por baixo da roupa, na pele irritada ou com feridas e sobre os olhos ou boca.

Bebês com idade entre seis meses e dois anos só devem usar repelente em condições especiais, quando recomendado pelo pediatra – podem usar a Icaridina, citronela e IR 3535. Os compostos com DEET são contraindicados, pois são muito tóxicos para bebês. Crianças com idade entre 2 anos e 12 anos podem utilizar repelentes com DEET, mas desde que a concentração não ultrapasse 9%.

 

Dra. Margareth Mattos de Sá

Pediatra e Master Coach

CRM 7514 | RQE 8305